Aumento de custos e escassez de mão de obra levam agricultura húngara a contratar trabalhadores filipinos

O setor agrícola da Hungria está recorrendo cada vez mais a trabalhadores filipinos para lidar com o aumento dos custos de mão de obra e a escassez de mão de obra doméstica. Essa mudança se deve, em grande parte, às recentes mudanças políticas e às pressões econômicas que afetam o emprego sazonal.

Aumento de custos impacta o trabalho sazonal

De acordo com as HaszonEm 1º de fevereiro de 2025, os encargos públicos diários para trabalho agrícola sazonal na Hungria aumentaram significativamente — de HUF 1,300 (EUR 3.2) para 2,200 (EUR 5.4) para trabalho sazonal e de HUF 2,700 (EUR 6.63) para 4,400 (EUR 10.8) para trabalho ocasional. Esse aumento, aliado a maiores demandas salariais, levou a um aumento substancial nos custos da mão de obra.

Trabalhadores agrícolas convidados filipinos
Segundo especialistas, os trabalhadores migrantes filipinos costumam ser mais confiáveis. Ilustração. Foto: depositphotos.com

De acordo com as FruitVeb, a Organização Interprofissional Húngara de Frutas e Vegetais, as despesas salariais por hectare aumentaram entre HUF 100,000 e 600,000 (EUR 246 a 1474), dependendo do tipo de cultura e do nível de mecanização.

Essas dificuldades financeiras têm dificultado cada vez mais a contratação de trabalhadores locais por parte dos produtores. Em algumas regiões, os salários diários dos trabalhadores sazonais chegam a HUF 18,000 (€ 44), mas os empregadores ainda lutam para encontrar trabalhadores confiáveis. Sándor Nagypéter, presidente da Cooperativa de Jardineiros da Grande Planície do Sul (Dél-alföldi Kertészek Szövetkezete),

observa que os trabalhadores filipinos convidados costumam ser mais confiáveis, pois comparecem ao trabalho com frequência, ao contrário de alguns trabalhadores locais que podem se ausentar sem aviso prévio.

Essa confiabilidade faz com que contratar filipinos valha a pena, mesmo com os maiores encargos administrativos envolvidos.

Mudanças políticas favorecem trabalhadores estrangeiros selecionados

Em resposta a esses desafios, o governo húngaro implementou novas regulamentações. A partir de 1º de janeiro de 2025, apenas cidadãos da Geórgia, Armênia e Filipinas são elegíveis para trabalhadores estrangeiros e autorizações de residência para emprego, nos termos do Decreto Governamental n.º 450/2024. Esta política visa controlar o fluxo de trabalhadores estrangeiros e, ao mesmo tempo, abordar a escassez de mão de obra em setores críticos.

Apesar da ausência de um acordo formal de repatriação Entre a Hungria e as Filipinas, os trabalhadores migrantes filipinos continuam sendo empregados legalmente. Isso é possível porque as Filipinas mantêm uma organização oficial na Hungria que garante o retorno de seus cidadãos, se necessário, atendendo aos requisitos legais húngaros.

Reduções de cotas e implicações agrícolas

Para regulamentar ainda mais a mão de obra estrangeira, o governo húngaro reduziu a cota anual de autorizações de residência para trabalhadores estrangeiros para 35,000 em 2025, aproximadamente metade do limite do ano anterior. Essa decisão reflete o compromisso do governo em priorizar os trabalhadores húngaros e proteger o mercado de trabalho nacional.

No entanto, essas restrições têm consequências indesejadas para o setor agrícola. Alguns produtores, como os do Condado de Hajdú-Bihar, foram forçados a reduzir o tamanho de seus pomares devido à escassez de mão de obra. Outros pararam completamente de contratar estudantes, alegando mudanças nas leis de formação profissional e a disponibilidade limitada de mão de obra sazonal.

Conclusão

O setor agrícola húngaro enfrenta um cenário complexo de custos trabalhistas crescentes e políticas de imigração rigorosas. A contratação de trabalhadores filipinos estrangeiros surgiu como uma solução prática para esses desafios, equilibrando a necessidade de mão de obra confiável com os esforços do governo para regulamentar o emprego estrangeiro.

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um comentário

  1. Os filipinos são um povo maravilhoso e, se precisarmos importar mão de obra, poderíamos fazer algo muito pior do que os filipinos.

    Mas por que “precisamos” fazer isso?

    Porque temos consistentemente incentivado os húngaros, especialmente os mais jovens, a acreditar que viver em uma cidade grande, ter um emprego de escritório, ser "independente" (da família e de responsabilidades como casamento e filhos) e passar horas navegando distraidamente pelo telefone é o ápice da realização e realização pessoal.

    Não é, e já passou da hora de começar a fornecer o antídoto para esse veneno decadente.

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