Mais de meio milhão de húngaros desaparecidos: os jovens educados que fogem de um país em que já não acreditam

A Hungria está vivenciando níveis sem precedentes de emigração, especialmente entre sua população mais jovem e com maior nível educacional. Dados e análises recentes revelam que centenas de milhares de húngaros partiram para países principalmente da Europa Ocidental. Essa tendência, que se acelerou nos últimos anos, representa desafios demográficos e econômicos significativos para a Hungria e se tornou um ponto central no debate político interno.
Quantos restaram?
De acordo com as 444.hu, últimos números Dados do Escritório Central de Estatística da Hungria (KSH) mostram que um recorde de 41,300 húngaros emigraram em 2024, superando recordes anteriores e marcando o maior fluxo anual desde que os registros detalhados começaram em 2010.
Ao longo dos 15 anos do atual governo Fidesz (2010–2025), um total de 367,515 húngaros deixaram oficialmente o país.
No entanto, de acordo com a Válasz Online, esse número provavelmente subestima a verdadeira escala, já que as estatísticas estrangeiras frequentemente registram quase o dobro de novas chegadas da Hungria do que as autoridades húngaras de partidas.
A Retrato demográfico 2024 estima o número de húngaros vivendo no exterior em cerca de 546,000 nos países da União Europeia, Reino Unido, Suíça e Noruega, com base em registros oficiais. Esse número não inclui aqueles na América do Norte, Israel ou outros lugares, nem leva em conta os muitos que mantêm um endereço húngaro enquanto vivem no exterior. Algumas estimativas, incluindo aquelas que consideram migrantes temporários e não registrados, colocam o número total de emigrantes húngaros ainda mais alto* — chegando a 637,000 em 2017, ou cerca de 6.6% da população naquela época.
(*Papp et al.: A diasporização e o transnacionalismo dos novos migrantes húngaros e os potenciais relacionados da política da diáspora húngara, doi: 10.54667/ceemr.2025.05)
Países de destino
Os destinos mais populares para emigrantes húngaros são:
- Áustria: Mais de 124,000 húngaros mudaram-se para cá desde 2010, com a migração para a Áustria a atingir um máximo histórico em 2023, de acordo com XPatLoop. Mais de 16,500 húngaros se mudaram para a Áustria somente em 2023, mais que o dobro dos números anteriores a 2020.
- Alemanha: Aproximadamente 104,000 húngaros emigraram para a Alemanha desde 2010, com um aumento de 20% em 2023 em comparação ao ano anterior.
- Reino Unido: Quase 53,000 húngaros se mudaram para o Reino Unido desde 2010, embora os números tenham diminuído desde o Brexit.
- Holanda e Suíça: Mais de 86,000 húngaros escolheram esses e outros países da Europa Ocidental como seus novos lares desde 2010.
Impacto demográfico
A emigração teve um efeito pronunciado na população em idade ativa da Hungria. Em 2023, 6.8% dos húngaros entre 15 e 64 anos viviam no exterior, ante 1.8% em 2010, escreve o VálaszOnline. Entre a faixa etária crítica de 25 a 49 anos, a proporção de pessoas vivendo no exterior disparou para 11.2% — o que significa que mais de um em cada dez cidadãos húngaros mais instruídos e economicamente ativos agora reside em outro lugar na Europa.
Por que os húngaros estão indo embora?
Os principais impulsionadores da emigração são econômicos: disparidades salariais persistentes com a Europa Ocidental, oportunidades de emprego limitadas e o impacto da inflação e das crises econômicas. No entanto, outros fatores são cada vez mais significativos:
- Educação: A introdução de mensalidades nas universidades húngaras e a pressão governamental sobre as instituições acadêmicas levaram muitos estudantes a buscar educação gratuita ou de qualidade superior no exterior. Países como Áustria e Holanda, com seus programas universitários gratuitos ou em inglês, tornaram-se especialmente atraentes.
- Ambiente de trabalho: Muitos citam más condições de trabalho, falta de perspectivas de carreira e insatisfação com o clima político interno como motivos para sair.
- Família e filhos: Algumas famílias emigram para oferecer melhores oportunidades educacionais para seus filhos ou para escapar de deficiências percebidas no sistema educacional húngaro.
Migração de retorno e novas tendências
Embora a emigração continue a aumentar, há também uma tendência notável de migração de retorno. Nos últimos anos, entre 20,000 e 24,000 húngaros retornaram anualmente, muitas vezes motivados por motivos familiares ou mudanças em suas circunstâncias pessoais. No entanto, a saída ainda supera em muito a entrada, e a perda de trabalhadores jovens e qualificados continua sendo uma preocupação urgente.
Conclusão
A emigração húngara para a Europa Ocidental atingiu níveis recordes, com mais de meio milhão de cidadãos vivendo no exterior — muitos deles jovens, qualificados e em busca de melhores perspectivas. Esse êxodo contínuo está remodelando o cenário demográfico e econômico da Hungria, alimentando o debate sobre o futuro do país e as políticas necessárias para conter a maré.
Fontes: 444.hu, KSH, Válasz Online, XpatLoop, Demográfiai Portré, Papp et al.
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Imagem em destaque: Pexels
Traidores! 😀 Sério, os mais velhos ainda acreditam nas mentiras da Fidez sobre a era de ouro húngara. A triste realidade é que haverá cada vez menos húngaros, e mesmo os mais jovens não acreditam no "sonho húngaro". Só perdedores como Maria e Larry, os típicos palhaços pró-Fidez, acreditam nessa mentira.
Acho que você está se referindo ao @michaelsteiner, não ao @larry. Para ser sincero, aprecio a contribuição deles aqui e leio suas opiniões. Mesmo que eu nem sempre concorde. Portanto, não os classificaria como "perdedores" — apenas pessoas com uma perspectiva diferente. Curiosamente, acho bem possível que concordássemos em várias coisas se um dia nos encontrássemos pessoalmente!
Sim, desculpe. Esses não são nomes húngaros e é difícil entendê-los corretamente na minha cabeça. A questão é que Michael sempre defenderá o Fidesz cegamente e, embora alguns possam concordar com alguns pontos do Fidesz (por exemplo, controle migratório), eu não apoiaria todos os movimentos que eles fazem, especialmente chamando os húngaros de traidores, como alguns políticos fizeram recentemente.
É maravilhoso ver pessoas como Norbert e Larry. Tenho certeza também de que José se referia a Steiner com suas palavras.
Seria adorável tomar uma bebida às vezes com Norbert e você, José.
Isso não me surpreende nem um pouco, pois nenhum jovem educado quer viver em um regime ditatorial (de fato).
A história nunca mente.
Almirante Isoroku Yamamoto – Marechal Almirante da Marinha Imperial Japonesa e Comandante-em-Chefe da Frota Combinada durante a 11ª Guerra Mundial.
O ataque japonês à Marinha Americana em Pearl Harbor estava sob seu comando.
Yamamoto foi questionado dias depois do ataque japonês sobre o que ele achava que seria a retaliação dos Estados Unidos da América.
Yamamoto respondeu:
“Temo que TUDO o que fizemos foi despertar um gigante adormecido e CHEI-LO de uma resolução TERRÍVEL”.
A juventude húngara que deve incluir milhares de húngaros entre seus 20 e 30 anos - a EXPORTAÇÃO de milhares e milhares nessa faixa etária, que CONTINUA saindo da Hungria, o governo Fidesz liderado por Orban, o governo "hediondo" que eles estão lá CONDUTA de uma "cultura tóxica" - os CULPADORES - a "determinação" dos húngaros na faixa etária do meu comentário - vendo a "luz" do FUTURO - sua DESAPROVAÇÃO do governo Fidesz liderado por Orban, eles COM CERTEZA são os gigantes "adormecidos" que não veem mais a Hungria como um país de OPORTUNIDADES - em seu despertar, em seus milhares - se afastaram em busca de MELHORIA - por um FUTURO melhor.
Orban – seu Governo Fidesz – ENCHEU-OS de – FALHANDO com eles, traindo-os e ao nosso país Hungria, com DETERMINAÇÃO – de que suas VIDAS, suas carreiras, seus FUTUROS – NÃO estão na Hungria.
Por que chamar essas pessoas de "traidores"? Acho melhor cuidar desses jovens para que fiquem na Hungria. Porque o principal motivo da mudança é econômico. Sem empregos.
Sem emprego?? Sério, "Herman"?
Há uma abundância de empregos vagos na Hungria. Simplesmente não há salários decentes nem opções de carreira para os jovens profissionais húngaros altamente qualificados e qualificados.
E então o governo impôs os chamados “valores tradicionais” que muitos jovens não querem abraçar.
Boa sorte e aproveitem a experiência internacional a todos os jovens expatriados. Ótima decisão de ir e ver o que o mundo tem a oferecer.
Não só não é verdade que não há empregos (há escassez de mão de obra em todos os níveis da força de trabalho), como também há empregos abundantes nos segmentos de colarinho branco com salários mais altos. Húngaros bem-educados que buscam viver um estilo de vida de classe média têm muitas opções e, em comparação com muitas economias no Ocidente, têm menos concorrência para conseguir esses empregos, pois, na maioria das vezes, estão competindo com seus compatriotas, em vez de candidatos talentosos de todo o mundo, no caso da Holanda e do Reino Unido, para citar apenas dois. No entanto... apesar dessa situação, muitos ainda saem, pois ainda há uma inquestionável disparidade salarial, com os salários húngaros agora entre os mais baixos da UE e o custo de vida tem subido muito próximo aos níveis da Europa Ocidental devido à alta inflação, criando um atrito insolúvel nas finanças domésticas. Húngaros jovens e instruídos podem achar o clima político febril desagradável e buscar paz e tranquilidade em outro lugar; algum lugar onde possam simplesmente "ser" e um amplo espectro de visões políticas e estilos de vida não são apenas tolerados, mas bem-vindos.
Muito mais de 53,000 húngaros chegaram ao Reino Unido para viver desde 2010. Muito mais. O número real gira em torno de 300,000. Muitos partiram desde então, tendo chegado com a intenção de ficar apenas alguns anos ou achado o custo de vida excessivo e se mudado, mas o número total de húngaros que chegaram para "arriscar" a vida no Reino Unido nos últimos 15 anos é muito superior ao número citado.
Orban e seu governo Fidesz estão “expulsando” americanos, canadenses, australianos e neozelandeses que vivem e trabalham na Hungria com o status de autorização de residência.
Orban e seu governo Fidesz, já que suas autorizações de residência expiram, emitidas apenas por um período de (2) dois anos, então precisam de uma nova solicitação, já que suas atuais autorizações de residência expiram, conforme informado pelo Departamento de Imigração Húngaro - você foi rejeitado para PERMANECER na Hungria, você não atende mais aos critérios para receber uma autorização de residência para permanecer, viver ou trabalhar na Hungria.
Milhares de pessoas dos países mencionados no parágrafo acima foram INFORMADAS sobre isso – deixem a Hungria.
Estes titulares de autorização de residência:
(1) – Aposentados autofinanciados.
(2) – Cobertura Médica Pessoal / Privada.
(3) – tem renda/dinheiro em suas contas BANCÁRIAS – tem que FORNECER isso em seu APLICATIVO.
(4) – aqueles que trabalham na Hungria – pagam impostos lá.
(5) – os APOSENTADOS – tal como os que trabalham – fornecem DINHEIRO – contribuem para a economia húngara.
(6) – Os titulares de autorização de residência NÃO têm direito a voto nas eleições nacionais.
(7) – em número, os titulares de Cartões de Autorização de Residência “investiram” em propriedades e aventuras “empresariais”.
(8) – Os titulares de autorização de residência – não recebem – NADA de GRAÇA – nem recebem NADA de GRAÇA do Governo Fidesz da Hungria, liderado por Orban.
(9) – na maioria não houve necessidade no passado de obter um Cartão de Autorização de Residência – eles não falam nem escrevem húngaro.
(10) – Americanos, canadenses, australianos e neozelandeses – países onde nasceram, cujos passaportes são DEMOCRÁTICOS na governança ou de países que “adotam” ou estão alinhados com os princípios da DEMOCRACIA.
POR QUE eles estão sendo EXPUTADOS da HUNGRIA???