Exposição de bordado tradicional coreano inaugurada em Budapeste

Os visitantes podem aprender sobre a arte do bordado tradicional coreano em uma nova exposição inaugurada no Centro Cultural Coreano em Budapeste em 4 de abril. Uma exposição individual do artista têxtil sul-coreano Lee Jeongsuk destacará esse artesanato único e fornecerá uma visão sobre a estrutura social da era Joseon.
A mais recente exposição no Centro Cultural Coreano em Budapeste dá vida à elegância da corte real da Coreia e sua arte tradicional de bordado. Com duração de três meses, começando em 4 de abril, a mostra apresenta obras da artista têxtil Lee Jeongsuk, que combinou a arte refinada do bordado coreano com a estética moderna ao longo de sua carreira de 40 anos.
Mais de trinta peças originais estão em exposição, incluindo vestimentas reais, biombos, panos de embrulho (bojagi), ornamentos tradicionais (norigae) e bordados com temas budistas. Com suas costuras intrincadas e cores vivas, essas obras de arte oferecem um vislumbre da cultura da corte da Dinastia Joseon (1392–1897) e das crenças populares coreanas.
Joseon – Uma era que definiu a cultura coreana
A Dinastia Joseon moldou o desenvolvimento social, político e cultural da Coreia por mais de 500 anos. Ela marcou a disseminação do confucionismo e o florescimento das artes, incluindo o bordado. Essas decorações bordadas em trajes reais e objetos tradicionais transportam os visitantes para o mundo de Joseon. A exposição também aprofunda a compreensão das perspectivas do Leste Asiático sobre objetos e artesanato. Durante esse período, o bordado da corte se tornou um símbolo de poder e status social, ao mesmo tempo em que desempenhava cada vez mais um papel na vida cotidiana. Os valores estéticos e as tradições da era Joseon continuam a influenciar a cultura visual coreana e o artesanato artesanal hoje.
Exposições anteriores no Centro Cultural Coreano apresentaram ao público húngaro vários artesanatos tradicionais coreanos. As exibições recentes incluíram dancheong — a pintura decorativa colorida em templos budistas e palácios reais — e hanji, a técnica tradicional coreana de fabricação de papel. Esta mais nova exposição coloca os holofotes no bordado da era Joseon, que desempenhou um papel fundamental na herança cultural da Coreia.

O bordado como símbolo de poder
Durante o período Joseon, o bordado coreano serviu como um indicador visual primário de posição social e autoridade. Membros da família real e oficiais da corte usavam vestimentas adornadas com dragões bordados, fênix, peônias e outros motivos simbólicos que denotavam status e enfatizavam a estatura real.
Os visitantes da exposição podem admirar o bordado de dragão de cinco garras de Yi Seong-gye, fundador da Dinastia Joseon, que simbolizava o papel protetor e autoritário da dinastia. O motivo da fênix, visto no traje da rainha, representava nobreza e dignidade. Oficiais militares exibiam distintivos de patente (hyungbae) bordados com tigres e outras criaturas míticas, enquanto oficiais civis tinham guindastes e nuvens em suas vestes. Trajes de casamento, como o vestido de noiva hwarot usado por noivas reais, também apresentavam bordados intrincados e tinham um significado cerimonial significativo na corte de Joseon.

Bojagi: Mais do que apenas um pano
O bojagi, ou pano de embrulho tradicional coreano, é muito mais do que um tecido funcional — ele simboliza sorte, harmonia e perfeição estética. Uma seção dedicada da exposição exibe essa forma de arte, que teve importância cultural tanto na vida cotidiana quanto em ocasiões festivas.
Os trabalhos de bojagi de Lee Jeongsuk são especialmente notáveis, combinando motivos modernos com técnicas tradicionais de bordado para representar tanto a herança quanto a inovação. Originalmente usado para embrulhar presentes, transportar mercadorias ou proteger itens, o bojagi carrega um significado cultural mais profundo. Foneticamente semelhante a “bok”, a palavra coreana para sorte ou bênção, acredita-se que o bojagi incorpore energia protetora e positiva.
O foco está no ato de embrulhar em si — não no pano como uma fonte de boa sorte, mas na intenção por trás de usá-lo. Na tradição coreana, essa ação reflete o conceito de bok — boa vontade e proteção.


Bordados budistas: mensagens espirituais em fios
Um dos destaques da exposição é sua coleção de bordados com temas budistas, apresentando passagens de sutra, flores de lótus e bodhisattvas. Essas obras transmitem a herança espiritual e o simbolismo visual do budismo coreano. Frequentemente usados para decorações de templos, bandeiras de oração ou tecidos rituais, esses bordados tinham funções cerimoniais.
Embora o confucionismo tenha dominado a ideologia durante a era Joseon, o budismo continuou a desempenhar um papel vital na fé pessoal e nas artes. Bordados budistas, frequentemente criados por monges, eram especialmente valorizados como itens devocionais.
As peças budistas em exposição ilustram não apenas uma riqueza de simbolismo religioso, mas também demonstram a sofisticação técnica do artesanato coreano. Com seus pontos finos, esquemas de cores simbólicos e padrões feitos de fios de seda delicados, eles exemplificam como o bordado pode unir os mundos da fé e da arte.


Lee Jeongsuk: Embaixador do Bordado Coreano
Com uma carreira que abrange mais de quatro décadas, Lee Jeongsuk expôs sua arte de bordado em mais de quarenta shows internacionais, incluindo na Alemanha, Holanda e Turquia. “O bordado coreano é mais do que decoração — ele reflete história, status social e crenças espirituais”, diz Lee.
Seu objetivo é apresentar ao público húngaro a riqueza estética e simbólica do bordado coreano, promovendo laços culturais mais profundos entre a Coreia do Sul e a Hungria.
A exibição é gratuito e aberto ao público durante a semana, das 12h às 8h, no Centro Cultural Coreano em Budapeste, de 4 de abril a 3 de julho de 2025.
Como escrevemos anteriormente, poemas húngaros podem ser lidos nas estações de metrô de Seul, detalhes AQUI.
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